domingo, 31 de janeiro de 2010

Nkosi Sikelel' iAfrika


invictus, William Ernest Henley

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.



In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.



Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.



It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

treme-se quando ecoam os primeiros sons e se vislumbram as primeiras imagens. um país dividido. em raça, cultura, presença e espírito. dividido, atrozmente. a esperança e exaltação constrastando com o descrétido e desprezo, resquícios do, ainda latente, apartheid. Robben poderia ter carregado este homem, de tez escura, de amargura sem dimensão. De revolta, sem precedentes. De inconformidade. De raiva. Carregou, antes, da força que sempre o moveu e fez acreditar que 47 milhões poderiam ser uma só voz - Nkosi Sikelel' iAfrika, movidos pelo apoio em massa à equipa nacional de raguebi - Springboks.

Cada momento do filme vislumbra tantos outros não retratados; cada gesto (que faz esquecer Morgan, para ser o Madiba) que exalta a humanidade e sentido de nação de Mandela. Mais que prisioneiro e presidente, mais que revolucionário pacífico, mais que galardoado do nobel; Madiba reinventou a África do Sul.
Magistral desempenho de Morgan Freeman e Matt Damon. Magistral realização de Clint Eastwood. Magistral banda sonora. Belíssimo e Obrigatório!

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sábado, 30 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

menos que nada



a minha estupefacção face à raiva da natureza exaltada no haiti, fi-la, não superficialmente, com umas poucas palavras. não significando, na verdade, a superficialidade com que assimilo as imagens que nos esventram. esventram, sim. se um dia tiveram menos que pouco, hoje, e desde há 10 dias, têm menos que nada. menos que nada. menos que nada. porque esvairam-se as esperanças dum recomeço. porque têm menos que nada. hoje e amanhã. não há. olhares enevoados, ainda, de pó. almas que sobrevivem em escombros do futuro. movimentos preguiçosos, porque a dor não permite mais. a podridão humana que é  sobrevivência desregrada. o desespero de poder ter esperança. porque é menos que nada.

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010




não soubeste mais que o pouco que já tiveste. e, hoje, é tão menos que isso. e é nada.




quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

che puoi facerlo se vuoi




05.01.2010

22.07h
Hoje, mesmo que não quisesse, escrevo à luz trémula das velas. ardem. ardem de novo. incessantes. até esgotar o pavio. quisesse eu que algumas coisas não acontecessem assim. na vida, entenda-se. esgotam-se. esgotam-nas. esgoto-as. também.

do fio condutor da chama, outras há que se degeneram num fulgor e intensidade que nos inundam... não, invadem. isso, invadem. das pequenas coisas que esquecemos. às vezes. não esquecemos sempre, verdade. às vezes, só quando nos convém. nem o silêncio - este - é rasgado romanticamente pelo compasso dum melancólico relógio testemunho doutras horas. não. rasga-se com o ruído mecânico das máquinas fordianas que subsistem lá fora e o ousam quebrar.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

sei que uma dia ainda vais acreditar. eu já acredito.

não me canso de dizer isto - porque o tenho dito nos últimos tempos incontáveis vezes - mas gosto de dizer-to - ainda que não to tenha dito antes, de facto - que espero avidamente os dias que farão deste primeiro ano da segunda década, memorável. pode ser que um dia queiras entender porque o digo. ou entao, posso dizer-to já. agora. queres? não, não queres. não queres nunca. mas, na verdade, nada tem que ver contigo esta minha disponibilidade de fazer acontecer o que mais ambiciono durante este ano. aliás, não pode ter que ver contigo. não estás. partiste mais uma vez. aliás. nem partiste. não chegaste a ficar, sequer. não me detenho aí. não perco tempo, por aí.

2009. e n voltarei a falar deste ano. foram salteados não por todos os meses os dias que me ficaram na memória. um nequele e no outro mês. outros em dezembro. que 2009 tivesse sido só dezembro. escrevo outra vez: que 2009 tivesse sido só dezembro. não me queixo, que se sublinhe. enaltece-se os dias que o merecem.

2010. e falarei as vezes que forem necessárias para que este ano seja memorável. que haja, não um dia isolado, mas dias num mês constante que me rompam a memória da lembrança do que são e serão e do que significam. inunda-se-me diluvianamente, sem estragos, sem prejuízos, antes com a força do que me move, a vontade de ir e chegar. e quero tanto chegar. sim, sei que parece cliché. não me poupo a isso, sinceramente. porque pode soar, mas que soe também ao fundo do que surge, nasce e me leva. e quero que me leve. e quero que eu própria me leve. porque, já o escrevi, quando perder isso - isto - morri. Rasga-se o futuro que se consubstancia, agora. rasga-se sem desaparecer. rasga-se em aparição terrena. e com ele - com o futuro - tudo o quanto o caracteriza. só o melhor. porque só o melhor poderá acontecer. e o melhor acontecerá.

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o que gostava de ter estado lá!!!!


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

dos primeiros dias de 2010

num ermo, isolado, de quase tudo o que julgámos, em falta, não sobreviver diariamente, aconteceu 2010. na verdadeira dimensão que merece, e que auguro: em grande!