quinta-feira, 28 de outubro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

to think


this must be what keeps you moving in the meanwhile, from point A to B, and all that's in between

adriana calcanhotto @ union chapel :: cosiest concert EVER



domingo, 24 de outubro de 2010

a necessidade involuntária de nos perdermos e recolhermo-nos em certos dias, incorre no encontro de nós em nós noutros dias. espera-se.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

casa




dia gelado, este. e no antípoda da sensação, o sol, em pleno. e as cores das ruas, e dos edifícios, e das pessoas e do céu, vivas. nítidas. há cores que há nestes dias, que não há em mais nenhum dia. dias de outono. desci as escadas, como todos os dias faço, rumo ao atelier. abro a porta pesada do número 42 e delicio-me - hoje - com  luz que acordava a cidade. e as cores também. o frio entrava por todos os pedaços de roupa mal amanhada que tinha vestido em jeito de múmia. mesmo assim, entrava. não me importei. a imensa cúpula azul - azul, mesmo - que encerrava londres era portentosa demais para a ignorar. não ignorei. vi-a, olhei-a, senti-a. o vapor emanava-se-me do corpo num fumo sustido e desaparecido da atmosfera. estava frio. mesmo. e os pensamentos foram comigo rua acima, "se em outubro já está assim, não quero imaginar em novembro...". imagino, porque estará pior. já se nota a invernidade dos dias. já noite a bater as seis a tarde. e o frio não se ausenta. os faróis acesos em arrastares quase silenciosos. a mesma ordenada confusão. as compras. e os cafés para enganar o frio. o mesmo tapete húmido de cores quentes à entrada, de novo no 42. e a casa, das janelas largas para a rua, no fim. conforto.

domingo, 17 de outubro de 2010

outono. sem decadência.

[tenho os aparelhómetros enfiados na cavidade auricular, vulgo headphones, e ecoam the strokes. por estar em londres e por ser para ti. ambiência, dizem!:P]



não me interessa há quantos dias foi - apesar de o saber - que recebi a tua resposta. nem me interessa, tão pouco, quanto tempo demorou a chegar. não me interessa, confesso-te. sabes porquê? sabia que ia chegar. tal como sei que esta resposta, apesar de serem imensos os dias que separam a tua resposta desta, chegará hoje. não ontem, não amanhã. hoje. hoje, sem atrasos. mas tomei o meu tempo. e perdi a conta de quantas vezes li a tua última resposta. uma e outra vez. e outra. e já mesmo depois de ter estado contigo. li também uma e outra vez. e sorrio da mesma forma como se estivesse a ler pela primeira vez. enche-me como se a sentisse pela primeira vez. enterneço-me como se te sentisse aqui. aqui na minha sala onde o sol, hoje, não perde perdão e esventra-a de luz filtrada pelas cores outonais suspensas nas árvores. mas sabes o que pensei ontem quando estava a adormecer? se há coisas que gostas realmente fazer, daquelas pequenas, - sabes - , sempre que acontecem, deverá ser um momento guardado no sentir especial que há em ti. doutra forma, perpetuando a ritualidade dessas mesmas coisas, elas acabam por ser uma rotina viciosa e viciada. e como todos os vícios, são sugados de prazer para serem preenchidos de necessidade. obviamente que há necessidades associadas, sempre, ao prazer. não vamos por aí. estas coisas pequenas que acontecem, com as quais gostamos que os nossos dias sejam preenchidos - ainda que não diariamente - devem, pensei eu ontem - sabes? -, resguardar-se de cairem nessa coisa rotineira. desta forma, sempre que acontecem, são especiais. portanto tão brevemente, não irei ler a tua última resposta!;)






ontem lembrei-me de ti. lembro-me noutros dias, mas ontem lembrei-me de ti. de entre as coisas que gosto de fazer, aqui, é aos sábados sair, dar-me ao luxo de não tomar o pequeno almoço em casa e ir ver as vistas, viver as ruas calmamente, ler. ontem foi sabado, fiz isso. a semana passada abriu um restaurante na esquina da minha rua. ontem de manhã passei por lá e confirmei que serviam pequeno almoço. entrei. dirigiu-se-me um cavalheiro que me explicou que o restaurante se encontrava a dar formação aos empregados de mesa e que o pequeno almoço, por essa razão, era gratuito e se eu não me importava. importar?eu? pequeno almoço for free? respondi para me apontar uma mesa, e estaria perfeitamente contente por ali estar e ser cobaia dessa experiência formacional. assim foi. sentei-me. elegantemente perguntou-me se preferia o the independent ou o the financial times. elegantemente respondi - the independent. sabes que o ambiente do côte (o restaurante) é tão confortável que me senti ali aconchegada durante largos momentos. vieram capuccino, croissants, salada de frutas, iogurte, e eu embrenhada nas leituras [artigo interessante sobre codeína, ontem no the independent]. olhava de vez em quando para o que acontecia na rua. gosto de grandes janelas em sítios onde posso tomar um capuccino e divertir-me - porque me diverte - nesta coisa de ver e olhar. pessoas e ruas. e a chuva lá fora. pouca, mas caia. lembrei-me de ti, porque havias de gostar deste lugar. e ia gostar de te ter ali. happy random happening this one, ha? gosto. gostei porque, inexpectável - como gosto - condensou tudo o que gosto de fazer num sábado de manhã. hei-de lá voltar. mas da próxima acho que já me irão cobrar o pequeno almoço. estas coisas são muito giras mas não duram para sempre.

londres. e lisboa. do nosso almoço de lisboa. com sol. partilhei contigo que te adorei ver. e mis que te ver em ti, em matéria, gostei de ver e observar o brilho que reservas nos olhos a cada conversa nossa. poderei não ter estado à altura - mas compreende que a velocidade que se apoderou de mim nessa semana se aproximou da da luz - e o cansaço já tinha, então, tomado conta um pouco conta de mim. ouvi-te e deliciei-me. mas, confesso-te, para salvaguardar a especialidade desse almoço, não o vou escrutinar em divagações que não são nem úteis nem profícuas em algo.

sabes, escrever-te tem efeitos semelhantes daqueles que descreveste quando escreves para mim. aprecio isso. e mais que apreciar, dou-lhe imenso valor. porque, sabes, e é aqui que esta nossa amizade tem contornos peculiares, como disseste há tempos, não há muito sobre nós que tenhamos dito um ao outro. mas nesta altura, segura, que me conheces duma perspectiva que poucas pessoas conhecerão. atrevo-me a dizer o mesmo em relação a ti. e hoje vou mais fundo, nas palavras que escrevo. antes, dizer-te, como te disse, que o caminho da direcção que escolho é sempre muito mais divertido que propriamente o destino a que chego. cliché, pois é, assumo, e não me importo. mas a verdade é que é no entretanto que vês, olhas, sentes e aprendes. chegas ao fim, porque viveste - na maior amplitude da palavra - em pleno o entretanto. em analogia, chegas sempre ao cimo dum everest qualquer. a vista é breathtaking. mas daí vês, mais uns quantos cumes a que queres subir. e irás ver muitos mais quantos mais subires. é esta a piada. eu entrei - tu também entraste - numa fase vivencial em que, em dimensões diferentes - há uma coisa que ecoa, mesmo que em silêncio, nas nossas mentes - desafia-te e supera-te. quão possante é isto? nem tu nem eu ainda sabemos. mas vivemos embrenhados por esta predisposição de ir, chegar, partir e ir novamente. mas sobre isto já falámos, não querendo evitar o assunto, porque poderia falar horas sobre isto. ma, e antes de concluir, agradecer-te a parte do "tremoço", mas recebo as apreciações da mesma maneira que tu - vivo e aprecio muito mais os sucessos dos outros que propriamente os meus. mas mesmo assim, obrigada. por vezes penso - e quase que acredito - que tenho convulsões crónicas de sonhos e ambições. não acho que seja particularmente mau. sei onde quero chegar. mas não sei que por onde tenho de ir. isso, saber isso, surge-se-me nos entretantos. ente uma partida a chegada e uma nova partida. não sou especial. como disseste, há simplesmente a diferença que não me permite ficar. [e ficar, para que fique entendido, não tem que ver com moradas geográficas. antes com prisões eternas e estacionárias na mesma dimensão fundamentadas por medos. só isso]

hoje falo-te de sentimentos. emoções, se quiseres. prefiro os sentimentos. são mais maduros e consbustanciados por tudo o quanto há e que nos dirige até eles. sentimentos, pois então. ontem estava em conversa - e julgo que também já te disse o mesmo - e dizia que estas coisas de querer ir e desafiar-me permanentemente é muito giro, mas, por outro lado, há uma vazio que se adia irremediavelmente. sabes do que te falo? um vazio que se esvazia com a distância. vazio que se adia a ficar recheado com as decisões. sei bem o que comprometo quando escolho, luís miguel. mas há dias que esqueço que sabia e sobra-me esse vazio. ou o que não há nele. há coisas na minha vida que estão muito bem preenchidas e agradeço imensamente por isso, e assim quero e faço para que continue. mas neste plano - emocional - há um permanente adiar porque, tudo o que tenho agora e que enquadra a minha vida - nesta dimensão - é, ainda, precário. incerto. inseguro. indefinido. e nisto, há dias muito complicados. falei-te como é agressivo ter de ser incluída nas nossas escolhas esta coisa de não termos morada. não pertencermos a um lugar por tempo suficiente que possamos faze-lo nosso. a minha hereford road é minha, e gosto de tudo nela. menos dos buracos. mas sei que a rua poderá já não mais me pertencer daqui a algum tempo e ter de ser substituída por outra. e não sei se me apetece, já, isso. como te disse, sei muito bem onde quero chegar. mas nesse pacote vem incluída uma coisa de permanente espera e adiamento. porque é tudo tão incerto agora, sabes? e os timings são desencontrados. as moradas também. os sentimentos nem se cruzam, tão pouco. ou encontram-se. mas prefere-se nem sequer falar sobre eles. contorna-se a questão. eventualmente, esquece-se. não gosto de esquecer estas coisas. e não as esqueço. mas por vezes faz parte das defesas ter que esquecer, por momentos. não que seja mais fácil - porque não é - mas apenas e só, porque corrói menos. e preciso da energia que - há dias que me dá e sobra - para lidar com as coisas por estes lados. fiquei a pensar no exemplo que deste da relação que conheceu moradas diferentes e díspares e ainda hoje existe. mas das poucas coisas que partilhei contigo pessoalmente - não sendo pouco o seu conteúdo - terás notado, absorvido, que há um desfasamento entre aquiilo que eu acredito ser uma relação e aquilo que me passa à frente dos olhos e que é invariavelmente diferente. isto resulta numa coisa muito simples: descrença. não crónica. de todo. mas duma maneira geral. não quero que emerja distas palavras qualquer pensamento menos bom. mas aliado ao pemanente adiar que te expliquei anteriormente e a este facto, não há muito por onde possa perceber que haja algum tipo de vontade em que me provem o contrário. digo sempre que as pessoas devem sempre procurar ser felizes por elas e nunca esperar alguém ou algum acontecimento para o serem, ou a sua felicidade depender disso. digo-te que sou imensamente feliz. se poderia ser mais? neste momento não. mas acho que o mais correcto é perguntar: se poderia ser feliz, na mesma medida, duma maneira diferente? claro que podia. sem que nada comprometesse nada. mas a felicidade - da minha, neste caso - não está dependente de nada para que exista. já existe. há coisas que me deixam felizes. as grandes e normais. e as pequeninas. como o contraste do outono no céu azul azul azul que fazia no fim de semana passado. e outras. e outra: como escrever-te estas palavras. já me estarei a distanciar do que iniciei neste parágrafo não? mas acho que não há muito mais que possa acrescentar. há sempre o downside das escolhas - ainda que quisesse evitar escrever sobre "escolhas" desta vez - mas são essas mesmas aceitações que fazem com que tudo - o que fica suspenso durante uma escolha - assuma uma maior importância doravante. eu acredito nisso.


abri-te o meu coração. sentiste? espero que sim. ;)
did I blow you away? too much egocentric words arround ha? :P


Um beijo imenso


A

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

redacção adiada

... poderia ser, sem ensaios, o permanente ciclo que tem vindo, insistente e imperceptivelmente, a adiar toda ou qualquer palavra que por aqui se escreva. assumo. mas a verdade é que têm sido dias marcados por revoluções e apaziguações de emoções. da existência do tempo mas que se absorve a ela própria e a mim. desculpas para quê? não me tem apetecido. ponto. por outro, tem apetecido - apetece sempre - mas nunca nos contornos que acho serem merecedores de serem lidos, mais tarde. num regresso a memórias. por isso, nessa perspectiva, não me apeteceu escrever contra essa forma.

não me apetece detalhar o que aconteceu neste entretanto. porque não que haja muito, mas o pouco que aconteceu, foi marcante. em forma e conteúdo. reencontros e novos encontros. regressos a infâncias. gelados em notting hill já a noite ia longa. cancelamentos. dois aeroportos num dia. gargalhadas por nada. e por tudo. saudades. sol e praia. conversas, tantas e longas. a romper a noite. abraços de anos. e abraços de agora. onfrontações do que as diferentes coordenadas geográficas trazem. sonho cumprido. almoços e jantares. e lanches. e abraços, novamente. abraços. abraços. abraços. os que fazem sentir o coração e os outros que o são mesmo que em distância. a súmula destas linhas, claro está, não reduz em nada, cada momento e o significado que teve e tem. fica assim.

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