sábado, 2 de julho de 2011

numa noite dum outro ano, a luz em sugestão, iluminava-te. desconhecia-a, e desconhecia-te. as palavras nao foram mais que poucas. nao me preocupei. nao te preocupaste.


porquê, para quê'?(na verdade)

nao era esse o propósito. nao esse, nem outro qualquer. e permanecemos assim até nos darmos conta da dimensão que se tinha assumido. em ambas as vidas. em ambas as existências. não sei onde e quando chegámos ou como sequer partimos, ou o que se seguirá.

sabes? eu nao sei.

nao quero. nao me importa.

em diferentes moradas, no mesmo meridiano, nada havia a menos que uma não falada ou ecoada vontade de partilhar um prolongamento de nós (eu e tu, evitando o erro da leitura).

prolonguei-me mais.
detiveste-te, até há pouco.

e em cada segundo,

sabes?

havia uma quebrada sensação da existência de palavras - confissões, sim - por dizer. por tocar, por confessar, no fim. não o tinha em certeza - como poderia? -, subsistia no teu substracto esse silêncio. em paralelo, adensava-se o que nunca foi dito.

silêncio.
quebrado.
como quebras uma esquina.
no outro dia. no momento errado, da forma errada, com a coragem certa.

que medo? que coisa absurda havias suposto? que raio? nada muda. engrandece-se. que exista o que existir, nada muda. sem adjectivos que comprometam coisa alguma. antes, outros, e verbos, que se expressam, sem restrições ou ensaios.

em paralelo, adensou-se - e expressou-se - o que agora foi dito.
gosto incrivelmente de ti.

e a prisão das palavras que surgiram - surgem -, provoca-me a demência - quase - de querer dizer mais e nao poder. quero. disse-to no outro dia. mas nao assim.

nao em momentos errados,
ou de formas erradas.
chegaram (-te), porque foram mais fáceis.
sem julgamento.

quero agora. e evitem-se majorações de coisa alguma. quero poder sentir cada sentido abstracto e objectivo das palavras. quero saber, quero saber-te. quero que saibas as outras todas que provocaste entretanto.

nao cabem em mim.
desconheço o que posso fazer com elas.
e não me chegam, também.

aproxima-te. encontra o momento certo. a forma certa. todo o tempo em ti é teu, e todas as expressões também. fala-me de novo. aqui e agora.

abraço-te

posso? (claro que sim)

como nunca o fiz. e sei que senti-lo-ás.

és tu. tu em ti.

nada muda.
minto.
muda. e tanto. para algo ainda maior.