o vento levou-nos às palavras das fábulas. e de fábulas esquivámo-nos nós. daquelas que pudemos escrever um dia. não, não me recordo qual. um dia, fica assim. escrever. escrevi eu. tu não sei. escreveste? o vento que se sentia não nos dirigiu para saber isso. às vezes gosto (e conforta-me) pensar que escreveste. com caligrafia tua, num caderno teu. detesto o silêncio. este teu que ainda não compreendi. chateia-me á séria. aparece de vez em quando e eu cá fico a equacionar as razões que não se esgotam numa só. nunca sei se alguma delas terá fundamento. porque ficas em silêncio. porque ficas em silêncio? sabes? talvez também não saibas. pode ser uma razão. há outras, acho. tantas vezes que te disse tantas palavras. daquelas que te podiam fazer mover... e não fazem. evitámos tanto aproximarmo-nos desses dias em que escrevemos essas fábulas. e isso deixou-me impaciente. cá dentro. em mim. como é apanágio. às vezes. só às vezes. outras histórias deixaram-me a calma. apetecia-me falar. apetecia-me falar-te. apetecia-me contar-te mais uma história. sem que fosse mais uma. chateias-me às vezes. a sério que sim. o teu silêncio também, já to disse?
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
domingo, 27 de dezembro de 2009
lugares da gente
passou o natal. e disso fica, sempre, o conforto de sentir os ritmos cardíacos, iguais aos nossos - tão iguais - em consonância partilhada, sem compromissos.regem-se por compassos de ordem maior. não de agora, mas de ontem e de outrora. e nesse ritmo compassado adensam-se (se é possível ainda mais) tudo o quanto nos une.
alentejo profundo. do alentejo profundo. ruas em cal choram o silêncio dum fim de tarde. ruas em aurora anunciam as gentes tão próximas de nós. estranhos. ainda assim. vilar dos frades. rasga-se um silêncio - soturno, confesso - com um arrastado "boa tarde". repetia-se o ritual a cada cruzar de gentes. gosto disso. gosto desta despretensão das gentes - esquecidas? toponímias que anunciavam ou relembravam ainda mais o sentido vernacular da terra.
um forno aceso. toros de lenha a arder avidamente, combatendo o frio que descia sobre o lugarejo. sem ofensa. porque não é para ofender. antes, enaltecer a dimensão espraiada da vila,que condensa e emana, tão sublimemente, a dimensão das gentes. que nos deixam chegar. ali. vilar de frades. vilar de frades, novamente, sim, hoje, foi O Alentejo.
alentejo profundo. do alentejo profundo. ruas em cal choram o silêncio dum fim de tarde. ruas em aurora anunciam as gentes tão próximas de nós. estranhos. ainda assim. vilar dos frades. rasga-se um silêncio - soturno, confesso - com um arrastado "boa tarde". repetia-se o ritual a cada cruzar de gentes. gosto disso. gosto desta despretensão das gentes - esquecidas? toponímias que anunciavam ou relembravam ainda mais o sentido vernacular da terra.
um forno aceso. toros de lenha a arder avidamente, combatendo o frio que descia sobre o lugarejo. sem ofensa. porque não é para ofender. antes, enaltecer a dimensão espraiada da vila,que condensa e emana, tão sublimemente, a dimensão das gentes. que nos deixam chegar. ali. vilar de frades. vilar de frades, novamente, sim, hoje, foi O Alentejo.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
hot club // jazz
de atmosfera absolutamente underground, enevoada, sombria, aconchegante... caminhávamos descendentemente para o espaço, exíguo, as as notas ascendentes que ecoavam. e ecoavam. e vibravam. vibravam em nós. o hot club é assim. mesmo sob as cinzas efémeras. que seja como a fénix renascida. renascerá? cinema s. jorge?... será, esperemos!
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sábado, 19 de dezembro de 2009
cruzámo-nos? lembraste? não. claro que não te lembras.
lembro-te.
cruzámo-nos numa dessas ruas esquálidas da cidade em fogo do fim de tarde. cruzámo-nos sem sinfonias e slow motion à mistura. cruzámo-nos, sem mais. foi nesse dia. não me lembro desse dia. levei-te comigo, a algum lugar. e levaste-me contigo, a um outro. e depois fomos para cada lugar nosso. lembraste disto? não. claro que não.
lembro-te. na manta de retalhos que aconchegam a cidade nessa natureza tão própria, bebíamos as palavras. as minhas, as tuas... um dia as nossas. a luz rasante iluminava-te as feições que não me lembro de ter recordado. iluminava-te as palavras, convenhamos. porque nunca te tinha ouvido falar assim. (riste-te, por esta altura, perguntando, como seria possível?) via-se a cidade dali. e ela ouvia-nos. não, não é presunção. ouvia-nos de facto. lembraste de te ter dito isso? não, claro que não.
eu lembro-te.
disse-o. e disse mais qualquer coisa, tanto, que entrei numa divagação louca de metáforas que encerravam o sentir. sentir. agora, hoje e tudo. outrora, ontem e nada. sentes? lembraste de sentir? não. claro que não.
não te lembro.
quisesses tu sentir, e eu tinha-te levado pela mão. a lugares. onde nunca estive. sabendo que tu também não. larguei-te a mão. porque não quiseste. e não quiseste nunca. lembraste de não querer? sim. claro que sim.
disso, sim.
cruzámo-nos. lembraste? não. claro que não. lembro-te. cruzámo-nos. e nesse instante, nada mais restou que a memória trémula dos dias que não chegaram.
domingo, 13 de dezembro de 2009
finalmente
mais um ciclo que anuncia a início dum outro. chegou ao fim. com suor, sangue e lágrimas. e sorrisos, que foram tantos. mais que tudo o resto. dos que iniciaram esta jornada, sobram poucos. e dos que ficaram, estão muito poucos. estão, aqui. os que não viraram nem à esquerda nem à direita.
entra-se num advento onde epifanias serão, espera-se, constantes. que anunciem em alta voz a paixão que me move. porque acredito. e acreditarei sempre. e trago comigo os que vivem nesta dimensão. e seguimos. seguiremos
finalmente, sou arquitecta.
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entra-se num advento onde epifanias serão, espera-se, constantes. que anunciem em alta voz a paixão que me move. porque acredito. e acreditarei sempre. e trago comigo os que vivem nesta dimensão. e seguimos. seguiremos
finalmente, sou arquitecta.
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009
porque acredito que evolução se faz com discussão. contudo, tenho as minhas dúvidas se a Hopenhagen surtirá efeitos efectivos à escala mundial (que é o que se pretende). Enquanto os senhores da guerra permitirem lobbies de sheiks e afins detentores de verdadeiras fortunas feitas do petróleo, o mundo não avança. é urgente a mudança! e é urgente a vontade!
virtual vs. real
hoje dei por mim, bloqueada no tempo e espaço, a perguntar-me, durante o desenvolvimento da maqueta, como poderia fazer undo a um corte de x-acto mal feito a um pedaço de xps - a esponja. concluí como é insane a fronteira entre o real e o virtual. concluí, igualmente, como é parca a sanidade - a minha - nestes últimos dias. hoje é mesmo o último.
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para animar a véspera!!!
vindo directmente da década de 80, hoje só ecoa esta música na minha cabeça!!!!!é a roçar o kitsch... mas digam lá que não é um clássico??!!:P
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
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