A LXfactory é um lugar em Alcântara que, da primeira vez que estive lá, transbordava uma atmosfera de criação. Assim o entendi. Assim o senti. E cada ida lá, sinto isso, mais vincado. Muito resumidamente, este pólo industrial nasce ali corria o ano de 46 do século XIX. Albergava a que viria a ser uma das indústrias mais importantes de Lisboa - A ficação de Tecidos Lisbonense. O tempo passou e os usos deste complexo alteraram-se: Companhia Industrial dePortugal e Colónias, tipografia do Anuário Comercial de Portugal e Gráfica Mirandela. O tempo continuou a passar e este pólo ganhava o que tantos outros ganham: abandono. No ano passado surgiu o projecto de redignificar este lugar e torná-lo, ainda que temporariamente, como aberto a empresas da ordem criativa. Porquê temporariamente? Existe um plano de pormenor à espera de ser aprovado na CML para que seja feito um condomínio de luxo.... Luxo? Hm hm. Agora tudo o que nasce nesta cidade é luxo, tao luxo que depois são os desastres que se vêem por aí... Tipo Convento dos Inglesinhos, que assassinaram aquilo. Eu pergunto: porquê não criar o laboratório de criação artística neste pólo. Porquê não devolver este pólo às indústrias de hoje e do futuro: as artes e multimédia?
O trabalho de investigação centrar-se-á na redevolução aos vazios urbanos, e neste caso particular, industriais, à cidade. Para que façam parte novamente da movida da cidade a vários níveis: urbano, criativo, histórico, social, lúdico... A LXfactory transpira toda essa atmosfera que precisa de ganhar bases coesas. Precisa duma intervenção de fundo que não passe por entender aquele lugar como tábua rasa. Precisa de manter a atmosfera tão industrial, de outrora, e criativa que começa a nascer. Precisa de ser parte da cidade.
Se, com a minha tese, puder contribuir um pedacinho para que a essência e atmosfera do que existe se mantenha, fico feliz. Mãos à obra, agora.
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