domingo, 27 de março de 2011
London Again
bom, que dizer passado um mês de ausência? que dizer quando a vida muda em menos de nada? que dizer quando se nos inundam as mais belas cores que esventram um cinzentismo abstracto que se ia adensando? que dizer, raios, quando tudo parecia irreversível? que dizer ou escrever - tanto me faz - quando se decide onde se quer estar? que dizer quando já se consideravam outras tantas hipóteses para dar um novo rumo à vida? que dizer quando se investe incessantemente, e se acredita - mesmo que tudo diga o contrário - e se chega? que dizer depois de tantos serem os dias em que nada mais sobrava em mim que vontade, e só (e tanto)? que dizer depois de tantos serem os dias, também, em que vislumbrava pouco mais que nada? que dizer quando se desperta algo há tanto tempo dormente paralelamente a esta demanda? que dizer, no fim, quando estou onde quero estar, a fazer o que amo fazer, junto de pessoas que significam tanto para mim? eu digo: felicidade. A felicidade reinventa-se. A felicidade procura-se e acredita-se. mesmo que não tenhamos os pilares essenciais da nossa vida na mesma dimensão física. mesmo que as dúvidas sejam mais que as certezas. mesmo que o conforto seja trémulo, uma vez mais, ao (re)início. mesmo que se deixem para trás - sem deixar, efectivamente - pessoas e momentos e lugares que fazem parte de mim. mesmo que tudo seja novo, novamente novo. mesmo que me detenha, pense, sinta e reconheça: não é fácil - porque não é - mas vale cada segundo em que se chega quase a não acreditar. Mas acredita-se sempre. Sempre.
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