sábado, 10 de outubro de 2009

um requiem anunciado

ao nono dia desse outubro. e já tinham sido vividos outros tantos. longe. perto, percebi. porque o provoccaste. quiseste e soubeste assim. caio num pensamento fugaz que entro em redundâncias e repetições de qualquer coisa maior que não me deixa que me silencie. surge agora (ressurge, antes) um presente (e que noutros vivemos. sim, vivemos) que ficou (a)guardado no entretanto que foi passado. Senti-te - e disse-to - num imenso oceano. antes tempestuoso. que não te deixava em porto seguro algum. hoje, em tranquilidade - a tua - porque assim a procuraste numa demanda que te deu a mão e guiou. guiaste, melhor.

o mesmo olhar, que ainda revela o que foste. às vezes.
o sorriso rasgado, que tantas vezes enganou quem não quis saber.
as palavras, que bebem de ti e te trazem de volta. bebes delas, àvida e profundamente. só assim faz sentido.
as deambulações por entre as questões que nos assombram e inquietam. inquietam, não em nós, por não saberem. e não quererem. eles.
as histórias que te fizeram. as cruas e duras, e as e as que te confortaram num longo e intenso abraço.
os reencontros, os regressos, as partidas. aqueles que foram um fim último em si mesmos e os outros - notáveis - que, nunca esquecidos, vibraram continuamente, (re)iniciando uma outra conposição de sequências que esventram a improbabilidade da razão, e a afirmam.
as declamações que ecoaram nesse silêncio - dum dia volvido continuado em amanhecer - que firmaram a certeza, não dos porquês, mas dos como. renasces em cada expirar de palavras. reinventas-te em cada folha que cunhas. nunca esmoreces em cada ponto final. porque não é final. em ti.

prepositadamente, dispensarei os adjectivos que antecederiam os verbos conjugados num tempo que, em si mesmo, os exalta. porque é presente. presente. presente. apetecendo-me escrever "presente incondicional". instituído em despretensão. vi-te. senti-te. ouvi-te. falei-te. confessei-te. vejo-te. sinto-te. ouço-te. falo-te. confesso-me.

escrevia, no início. ao nono dia - desse, deste, dum - outubro - regressamos. presente. sempre.


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