quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

o vento levou-nos às palavras das fábulas. e de fábulas esquivámo-nos nós. daquelas que pudemos escrever um dia. não, não me recordo qual. um dia, fica assim. escrever. escrevi eu. tu não sei. escreveste? o vento que se sentia não nos dirigiu para saber isso. às vezes gosto (e conforta-me) pensar que escreveste. com caligrafia tua, num caderno teu. detesto o silêncio. este teu que ainda não compreendi. chateia-me á séria. aparece de vez em quando e eu cá fico a equacionar as razões que não se esgotam numa só. nunca sei se alguma delas terá fundamento. porque ficas em silêncio. porque ficas em silêncio? sabes? talvez também não saibas. pode ser uma razão. há outras, acho. tantas vezes que te disse tantas palavras. daquelas que te podiam fazer mover... e não fazem. evitámos tanto aproximarmo-nos desses dias em que escrevemos essas fábulas. e isso deixou-me impaciente. cá dentro. em mim. como é apanágio. às vezes. só às vezes. outras histórias deixaram-me a calma. apetecia-me falar. apetecia-me falar-te. apetecia-me contar-te mais uma história. sem que fosse mais uma. chateias-me às vezes. a sério que sim. o teu silêncio também, já to disse?

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