quarta-feira, 11 de junho de 2008

a caminho da ruptura

Há três dias que assistimos expectantes à paralisação [porque na verdade, dizem eles, não é greve!!!] dos camionistas que duma forma total param, dia após dia, o país que, já em circunstâncias normais, anda devagar devagarinho. Agora a caminho do parado, mesmo. Ora, se estamos num estado de direito e democrata há 34 anos, também estamos num estado em que os piquetes de greve, desculpem, paralisação, se sobrepõem, em autoridade, aos legítimos e criados para esse efeito, vulgo BT. Onde chegámos?????? Apedrejam camiões com bens essenciais [medicamentos] porque não foram avisados pela BT de que, de facto, estes transportavam medicamentos!!!! Calma, BT avisar piquetes de greve, paralização?????? Camiões incendiados não se sabe muito bem como nem por quem???hhhmmm não sei se cabos de bateria cortada me dizem alguma coisa.... [facto a considerar: os três camiões faziam parte da mesma empresa que, segundo os piquetes, estaria a boicotar a greve.....coincidência!] Mais. Estragarem por completo a mercadoria [seja ela de que natureza for] transportada por um camião, não me parece, assim de repente, uma boa maneira de afirmar a paralisação/ greve/ o-que-eles-quiserem-chamar. Os senhores que protagonizaram esse triste momento [identificados pelas câmaras de TV] devem, a seu tempo, ser responsabilizados pela carga que destruiram e, se assim for legal, serem sancionados por danos e destruição em património alheio. De lamentar a morte dum dos mobilizadores da greve que, greve-greve, integridade física à parte. A greve/paralisação/o-que-eles-quiserem-chamar é tanto mais legítima quanto maior for índole cívica e humana a ela associada. o que não está a acontecer, meus caros. Tanto direito têm eles a fazer a greve/paralisação/o-que-eles-quiserem-chamar como os outros que optam por não a fazer. Giro giro é quando se pergunta a um camionista se foi ameaçado pelo piquete caso não aderisse à greve: "não, eu não fui ameaçado, disseram-me foi que era melhor para mim se parasse aqui!"... pois, sim...

Eu até concordo que existam reduções ao nível do combustível e das portagens... Mas daí o governo financiar a frota da empresas de camionagem??? Era só assim mais um plus para que o belo do verdadeiro portuga visse mais uma oportunidade de fazer f-a-l-c-a-t-r-u-a... Eu não abro um atelier e vou pedir ao governo que me pague as ploters e os cartuchos de impressão, era o que faltava. Certo, e estou quase [quase] plenamente de acordo que existam diferenças das taxas de impostos cobradas em cada litro de combustível [relembro, cerca de 52%... ou seja cerca de 75 cêntimos/l]. Não se comparam os gastos afectos ao transporte feito por camiões e os gastos feitos pelo comum dos mortais nas voltinhas pela capital e arredores... E nesta perspectiva, concordo que deveria existir diferenças de custo. E autoestradas? Bom, considerando que mesmo para um carrinho, pequenote, as portagens rebentam com qualquer orçamento familiar, para os camiões grandalhões nem quero imaginar. Isto tudo é muito bonito se apenas duas das "exigências" da Antram se verificarem, hipoteticamente, mas aposto que nem os preços dos pordutos descem nem, em caso de descida, esse dinheiro reverte a favor do contribuinte.

Mas e assim de repente, gente do meu país... Carris, lembra alguma coisa? Ferrovia? Sim?... pois é... Não entendo o porquê da implementação duma rede ferroviária pelo Fontes Pereira de Melo, já lá vão uns 150 e tal anos... Nesta realidade, não entendo como é que nenhuma alminha deste paí se lembrou dessa mais valia quando há uma via de comunicação que falha... Chama-se alternativa, uma coisa que dá sempre jeito nestas situações. Mas para tal, medidas logísticas tinham de ser, extraordinariamente, criadas, uma vez que, sucessivamente ao longo dos anos a hipótese ferroviária tem vindo a ser descartada e, como tal, obsoleta na perspectiva da sua estrutura. Antes devagar devagarinho que parado, caso para dizer.



Fiquem em paz
Até uma próxima

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