quarta-feira, 4 de junho de 2008

sobre pressão


Não sei se será esta altura, no meu percurso académico, propícia para me sentir desorientada, repleta de dúvidas, com falta de confiança, sentir que em menos de nada tudo será diferente.... Não sei se será por isso. Possivelmente será. A questão é, se há algum tempo a confiança transbordava por cada poro meu, se há algum tempo o espírito positivo comandava a minha jornada, se há algum tempo tinha poucas dúvidas do que estaria para vir; neste momento assolam-me as incertezas... Muitas e porfundas incertezas. Não que esse espírito de confiança se desvaneça como uma nuvem à mercê dum qualquer vento... Não! Esse espírito confiante e positivo está cá... Um tanto ou quanto adormecido, mas está cá. Tudo o que se me depara nesse futuro é motivo suficiente para este estado antagónico de emoções. Penso que assim será com todos os grandes "turning points" das nossas vidas... De certo que sim. Mas é angustiante pouco ou nada poder fazer contra isso. Ás vezes digo que estou num ciclo vicioso, onde sinto que crio as mesmas coisas e a novidade é alheia a cada decisão criativa que tomo. Sinto que a tal mesma novidade e futuro que me assustam também são, simultaneamente, aqueles que me fascinam e fazem acreditar em momentos novos e criativos. Agrava-se o facto de olhar para um lado e ver projecto na velocidade devagar-devagarinho, olho para o outro e vejo a "diz-que-é-uma-espécie-de-tese-de-mestrado-inventado-à-luz[ou sombra]-do-tratado-de-bolonha" parada, parada, parada... E como em tudo, existem as cobaias a estas novas reformulações de sistema... Adivinhem lá quem sofre? Desde que ingressei em arquitectura, já apanhei com duas mudanças de sistema: o curso inicial com 6 anos, depois 5 anos mais o estágio e finalmente, dizem eles, Mestrado Integrado em Altos Estudos de Arquitectura [os famosos 3 + 2, saindo com o suposto mestrado]... O que é isto, perguntam bem?... Nem eu sei. A certeza é, como tem vindo a ser apanágio do nosso sistema educativo superior, as reformas são aplicadas aleatoriamente, sendo que não são aplicadas no início dos cursos mas sim, a meio dos mesmos o que gera a loucura e confusão totais. Mais. Pela diferença dum ano, dum ano apenas, no próximo ano estaremos em concorrência no mesmo mercado de trabalho com colegas que, por terem terminado os seus cursos apenas um ano mais cedo [e como tal, licenciados, á boa maneira antiga], estarão em suposta desvantagem relativamente à graduação académica. nós supostos mestres e eles verdadeiramente licenciados. Quem é que não acreditava que Portugal há muito se tem vindo a tornar num país de Mestres e Doutores??? Ainda têm dúvidas??? Eu não. Sugiro que o Cartório Nacional crie novos nomes que podem ser acrescentados aos ditos registados na certidão de nascimento, a saber: Doutor, Mestre, Engenheiro, Arquitecto, Professor Doutor Mestre, e por aí fora... para inglês ver. Rídiculo, no mínimo. Conta o que sabemos, não os nomes pseudo-pomposos [fazendo crer que sabemos um montão de coisas!!!] que fazem questão de pôr antes do nosso verdadeiro nome. Licenciatura ou Mestrado, a merda é a mesma o cheiro é que é diferente. Esta é a verdade.
Paz, preciso de paz...muita
Até uma próxima

Sem comentários: