quinta-feira, 16 de outubro de 2008

do sinto muito...

...ontem devorei mais umas quantas páginas da minha última aquisição literária... Em jeito de confissão/desbafo, vamos percorrendo avidamente aquelas palavras que se multiplicam em meras duas páginas... Não meros, sãoos relatos, umas vezes profundamente tocantes, outras, com o humor recheado de pertinência. Hoje, é cedo. Ainda nem as sete vingaram no relógio e tenho esta necessidade de escrever... Possivelmente vou chegar atrasada, mas, acredito, que tantos de nós andam atrasados para a vida. Isto que não soe a sentimentalismo barato ou gratuito. Antes, a confissão de alguém a quem a revolta por vezes se expressa assim. Aqui.
Várias foram as minhas idas ao IPO de Lisboa. E digo-vos, que lá os arco-íris são tão pouco ou nada coloridos, que as tezes de muitas faces se misturam entre o esverdeado e amarelado. Pior, quando essas faces nos olham, para nós e EM nós, naqueles corredores que ecoam os desabafos que eles dão em jeito de gargalhada, com os olhos onde o brilho e a ingenuidade não se desvaneceram. Onde o brilho não se apagou para dar lugar ao sentido e lição que, tantas vezes, eles nos dão. Eles, elas, as crianças, os jovens. Cobardia ou não, pisei uma só vez a ala da oncologia infantil. A minha alma tremeu, como tremem eles, em silêncio, mas com vontade de quererem vencer. Muitas vezes vencem. outras vezes, não... E é isto que dói, revolta, e ecoa sempre, porquê? A visão que tive nesse dia, intante, não mais se desvaneceu da minha mente. Ainda demasiado traumatizante para me superar, e ir lá de novo. Sou fraca, nisto. Não consigo compreender e aceitar a injustiça divina [e pergunto-me, nestes momentos, há MESMO alguém lá em cima a comandar por aqui as coisas?nesses momentos, acredito que não. Mesmo.] e ceifar aos meses e poucos anos de vida a vida pujante que se espera sempre que os novos seres tenham diante dos seus espíritos.
Auguro que mais lágrimas me irão esocorrer compulsiva mas profundamente, nas restantes páginas que tenho pela frente. Não é fácil, o livro. Também não são fáceis as histórias que o Nuno lá relata. Não me admira que ele tenha dito que no final de escrever cada uma dessas histórias, tenha sentido a pressão e peso a desvanecerem-se sob forma de lágrimas. Mais uma vez, bravo Nuno Lobo Antunes, pela extrema despretensão e sensibilidade.

Fiquem em paz
Até uma próxima

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