terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

sintra, 20.32h

já o escrevi, não sei se uma, duas ou mais vezes: escrevo para mim. de mim para mim. desenganem-se, aqueles que lêem, com supostos destinatários de textos escritos usando a 2ª pessoa do singular, conjugada em todos os verbos aí escritos. é-me mais fácil escrever assim, confesso. não que me apeteça a preguiça mental de evitar a complexidade dos meandros dos canais por onde escrevo. apenas e só: é-me mais fácil. e mesmo sendo fácil, ainda ecoam "oh ana, percebi zero do que escreveste." penso: escrevo para mim. acto isolado e egoísta. é. não tenho receio de escrever de novo: é. em todas as dimensões e amplitudes. mas deixa de o ser quando transmito: mon(dia)ólogos de mim para mim.

gosto de escrever. acho que sempre gostei. desde cedo, lembro-me. pensava (penso) muito nas coisas. introduzo variáveis inexistentes numa equação que torno complicada e irresolúvel. e não sendo resolúvel, não chega também qualquer conclusão concreta. ou antes, chega. escrevia extensas cartas a destinatários concretos, reais. e nisso aprendi a fazer ressoar a voz das palavras. e as minhas,a através delas.

escrever. encontro. de mim em mim. de mim com os outros.

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