domingo, 6 de junho de 2010

impressões


algures entre oxford e cambridge | ana pacheco ©


estendem-se-te os campos em verde e amarelo floridos. tu deixas. obrigam-te a um cinzento que, pontualmente, se irrompe em fachos pujantes de luz. não te importas, e deixas. vibras em cores e vozes e culturas e lugares. vibras, porque não te deixas resumir ao cinzento da cor que, aparentemente, te comprometem. repito-te, não deixas.
assustas-me. ainda. e sei que chegará o dia que deixará de acontecer. hoje, e ontem, e nos outros dias, senti-me absorvida por ti. não és grande. não. és imensa. e nisso reside a vertigem. síncope, até. hoje. a minha, claro. habituei-me a ruas, largos e pessoas que cabem e sobram em ti. não tens aldeias - que escrevi um dia destes-, dentro de ti. antes, cidades. ir ao mundo  em ti. é isso. vivo-te, e vivo parte do mundo. concentrado nas tuas ruas, largos e pessoas que estão em ti. e não te sobram, fazem-te crescer. ainda mais imensa. outra vez, fascínio e medo de ti. não estranho, isto, confesso-te. fez sete dias que cheguei. ainda não há tempo. os dias são intensos. e há tantas coisas para absorver. é uma ansiedade que se instala e que, há dias, corroi. não é em pretenso tom melancólico que escrevo - porque aprendi que há momentos que devem ser abosrvidos com a cadência certa, sem pressas - antes, expectante. por ti e por mim. e por tudo o que há no entretanto e no futuro.

.

Sem comentários: