terça-feira, 18 de novembro de 2008

nao entendo os extremos

aliás, recuso-me a entendê-los. Considero que a assumir uma posição radical é a negação peremptória dum sentido de sabedoria que induz ao equilibrio das coisas. Há um ou dois dias passou na televisão uma reportagem sobre o racismo e xenofobia. Acho muito bem que existam oportunidades para todos aqueles que querem aqui fzer o trabalho que muitos dos portugueses não querem fazer. É mesmo assim. Aconteceu isso com a geração de emigrantes portugueses na frança/alemanha há uns valentes anos que para ali iam fazer o trabalho que os franceses e alemães não queriam fazer. Hoje passa-se o mesmo cá com os brasileiros, os romenos, moldavos e ucranianos, africanos [grande maioria da áfrica subsariana], com todos os que vêem o nosso país como uma esperança. E haver gente a dizer que eles - imigrantes - estão a tirar o emprego aos portugueses é denotador duma certa falta de visão real das coisas. no mínimo.
Mas o que me re-indignou [porque é um acontecimento reincidente] foi ver e ouvir o Mário Machado [líder da extrema direita em portugal] e o José Pinto Coelho [dirigente do PNR] darem as suas explanações sobre o ser português. O Mário Machado no alto da sua estúpida arrogância de extrema direita a alegar que ele era português e que os seus antepassados também o eram. E que lutaram por existirem condições melhores num país com 850 anos... E eu pergunto, minha gente: o que é ser português? O homem deve ter um pedigree em que na parte da raça vem: português puro sangue. Erro. A história é factual e mesmo antes da fundação deste paraíso à beira mar plantado, isto já era uma mescla ora de visigóticos, bárbaros e árabes. É inconcebível pensar que haja alguém que acredite e defenda essa coisa das raças. É sinal de, primeiro, incoerência profunda e, segundo, dum desconhecimento atroz da nossa história. Esquecem-se dos descobrimentos, dos nativos que vieram para o nosso país... Esquecem-se que ser português [e outra nacionalidade qualquer] é ser uma mescla de gentes e credos. A história de todos os países conta isso. Sem equívocos. E bom também é ouvir o outro, o Pinto Coelho, a dizer que ele não é racista nem xenófobo... Só acha que cada macaco deve estar no seu galho... Vindo de quem vem, entendo esta frase duma maneira altamente prejurativa. Dá-me náuseas só de os oouvir.
Quando se defendem os extremos defendem-se seres obtusos que estão a perder um dia qualquer da semana numa manifestação na fonte luminosa a defender uma causa que é tão absurda quanto insustentável.
Como em qualquer lado, quem quiser acrescentar algo de realmente bom ao país, que venha. Quem não quiser, fique onde está. Seja português, seja donde for. As boas pessoas e más pessoas há-as de todas as cores. Já era altura de se abrirem os horizontes da clarividência dos que defendem extremismos. Os da direita e os da esquerda.

fiquem em paz
até uma próxima

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