terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

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acho que nunca escrevi nada que fosse dirigido a ti... nem aqui, nem noutro sítio qualquer. Mas o que é certo é que a conversa de há dois dias, passados, ecoou duma forma repetitiva e intensa. A verdade é que não sei muito bem o que vou escrever, que já não te tivesse dito antes.
Florença. E podia ser outro sítio qualquer. Não é por ter sido Florença, ou Eindhoven ou Burkina Faso. É por, tão simplesmente, nesse lugar, que também o fizeste teu, viveste uma película de sucessões de imagens e - mais! - de emoções e sentimentos que, contigo, irão para qualquer lado. Não é fácil explicar ou fazer entender isto a quem não o tenha vivido. O tempo. É curioso o tempo. Porque a fugacidade anda à beira, de mãos dadas, com a intensidade dos momentos. [Sempre os momentos, no que escrevo - mas são estes que tornam as coisas especiais e as pessoas únicas] E, decerto que já te deste conta, o tempo urgiu o que sentias e vivias numa versão tão transcendente que, dificilmente, e de forma semelhante, jamais acontecerá. É o tempo, em comunhão com o espírito - o teu - que cunhou cada segundo duma doce memória que acontecerá incontáveis vezes. Aqui. Cá.
Lembro-me da velocidade da minha última semana. Há, precisamente, um ano. Da velocidade de tempo - que queria, em demorados momentos, prolongar; o turbilhão de emoções - as festas sem intervalo, que timbravam no final desta história a noção de "adeus"; o tempo e espaço que queremos, agora mais que nunca, só nossos; os highlights desta história que vivemos; as pessoas que sobram no fim; a dor - tão agonizante e que não sabemos como minimizar; a certeza que somos mais em nós; saborear os rituais - como se da primeira vez se tratasse; os abraços que na força e certeza com que foram dados, ainda os consigo sentir; as lágrimas, incontroláveis; o sentir que fomos o melhor de nós; o desejo de perpetuar aqueles seis meses, para sempre; descobrir coisas em nós que desconhecíamos, daquelas pequenas; as músicas, as frases, as situações que singularizaram esta história... São tantas as coias, e tu sabes. Destas que aqui escrevi, e em cada uma delas, há mais uma infinidade que fica por escrever... Não em quantidade. Em intensidade, entenda-se.
Desse teu regresso, desse teu lugar, até esta outra história [não tão vibrante, é certo, mais ainda assim prometedora] e a este teu lugar [sabes? a luz aqui também é fantástica... e a cada regresso teu, aumenta mais e mais e mais essa singularidade]... Vais descobrir e vais olhar e vais pensar, com a sagacidade com que escreveste a tua história em terras de Médici, que gigante que és - sem pretensões. Também, e sobretudo, por te teres, simplesmente, ousado a ir. E a sonhar também.

Adesso devo andare, stammi bene e fai il bravo. Ci sentiamo piú avante.
Un bacione, Martini.
Questo era per te!

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