quinta-feira, 1 de julho de 2010

O tempo tem ciclos cadenciados, dentro. Diferentes entre si. E aquele que marca Londres é, sob todas as realidades, intenso. Quase que em facho se esgota a sua cadência para voltar a um mesmo ou outro início. Novamente. Faz com que me ausente de me deter num tempo lento das palavras. Faz com que qualquer resto de energia que exista, seja absorvida por um cansaço pontual e efémero. Não me preocupo, confesso que não. Porque sei que esta realidade que nestes dias – últimos – tenho vivido está limitada fortemente pelo compasso, em ritmos diferentes, das horas que passam. Por vezes torna-se menos... Incorria a escrever um adjectivo errado – fácil. Por vezes torna-se menos tranquilo. Porque todas as decisões – porque fiz a escolha de querer viver esta realidade e tive a sorte de poder vivê-la de facto, por inteiro – têm destas coisas. Há, no entanto, uma predisposição implícita de aceitação a vicissitudes que não ecerram, elas próprias, a melhor parte das decisões. Mas, e incorrendo aos lugares comuns que gostava de poder dispensar, não existe o adjectivo fácil nestas coisas. Há, como escrevi, a tranquilidade é a ausência parcial dela. Escolpe-se, que nem uma porção imensa de mármore, uma realidade que, em bruto, parece amorfa e improvável. Dura e difícil. Não se desiste dela. Imagina-se como surgirá, num fim, melhor, num entretanto. Imagina-se, e, num processo introspectivo, percebe-se o acessório. Depuração, diria. Depuração da realidade. Tosca, ainda, continuamente vivida. E assume-se que o é, embora num espaço temporal, incerto – sim, mas com um fim anunciado. Incorpora, compassadamente, em si, a aproximação da imagem – não é só imagem, acaba por ser tudo mais que isso – que incitou o início. Composta de entretantos que a consubstanciam tem, em crescendo, a importância e a dimensão que lhe é inerente. Já não há matéria acessória. tudo agora se resume à assunção de a ver – à realidade, com martelo e escopo – na sua génese essencial.

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